# 39 PODCAST D30 – Castelo Falkenstein
Imagine que nosso mundo, em sua Era Vitoriana, tivesse evoluído de forma deferente? Com a tecnologia à vapor – conhecida como steampunk – atingindo níveis incríveis, a ponto de tornar realidade máquinas maravilhosas como foguetes espaciais e submarinos gigantes! Imagine que para tornar esse mundo ainda mais fantástico, a magia e seres mágicos, como elfos, anões e dragões, também estão presentes de forma integrada à sociedade de modo natural.
Esse é o mundo da Nova Europa, cenário do excelente jogo Castelo Falkenstein. Um RPG lançado na contramão do que se fazia na época – a década 1990 do horror gótico. Um RPG baseado em heroísmo no sentido pleno da palavra, e que bebe da literatura da época – inclusive você pode topar com Sherlock Holmes e Sir Arthur Conan Doyle ao mesmo tempo. Esses dois fatores são o guia que norteia praticamente todo o contexto de jogo.
Ainda pouco conhecido no Brasil, Castelo Falkenstein está sendo relançado pela editora Retropunk e foi uma ótima oportunidade para falarmos a respeito desse fabuloso jogo. Para isso, Marcello Larcher e eu – Janary Damacena, convidamos a Jô Nobrega, da Ludoteca BGC, e o Rafael Souza, que estão participando de uma super campanha e montaram um diário de jogo incrível, para contarmos um pouco sobre algumas histórias que vivenciamos por esse cenário.
E ATENÇÃO: Não esqueça que seu comentário é fundamental para sabermos o que está indo bem, o que desagrada, temas futuros, sugestões e afins. Então, deixe seu recado aqui no site ou envie pelo nosso Facebook, ou ainda pelo e-mail d30rpg@gmail.com
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Um pouco do que a gente falou no podcast:
Financiamento Coletivo:
RMPArquimago
Gostei muito, estou empolgado pelo livro !
Luiz Cláudio Duarte
Parabéns pelo ‘cast, amigos. Muito interessante.
Fico muito feliz em ver CF retornando ao Brasil. Pessoalmente, eu tenho uma crítica severa ao jogo, que provém de meu interesse perene em verossimilhança histórica: o Mar Interior. Felizmente, ele pode ser completamente ignorado, pois foi colocado no livro apenas para dar a razão para a existência de uma marinha bávara.
Mas é um jogo extremamente instigante, em seu ambiente e em suas regras. Uma das suas características mais interessantes está no fato de incentivar a criação coletiva da narrativa. Ao invés de usar um estereótipo pronto, como “guerreiro” ou “ladrão”, que é perfeitamente suficiente para muitos RPGs, em CF o jogador já se envolve com a narrativa ao criar o conceito de seu personagem — e não pára aí. Como vocês colocaram muito bem, o envolvimento dos jogadores com seus diários e, muitas vezes, com props e outras atividades, ajuda a criar todo um ambiente muito especial.
Um breve reparo, que uso como gancho para uma consideração de mais relevo. Por volta de 19:50’, o Janary está se referindo ao texto e à ilustração da pág. 77 do livro base, no qual o Tom Olam menciona um duelo entre a bela Marianne e sua nêmesis, o conde von Erich. Janary se equivocou ao ler o texto em português: ele se refere à “auréola” do vestido de Marianne, mas o texto fala em “ourela” — uma forma mais rebuscada para “orla” ou “beirada”.
Como eu disse, este é apenas um leve problema em um podcast… mas ele traz à baila o principal problema com a edição de 1998, pela Devir: a tradução. Problema recorrente com traduções de RPGs no Brasil, infelizmente, e em parte decorrente de uma realidade inescapável: as edições de RPGs no Brasil são majoritariamente feitas por entusiastas e apaixonados por estes jogos, o que não necessariamente implica em terem capacitação técnica para a tradução e para a revisão destes textos.
Neste sentido, é muito bom que a nova edição parta para uma nova tradução. O texto que provocou o engano do Janary referia-se ao “hem” do vestido, que qualquer costureira no Brasil chamaria de “barra”; “ourela” simplesmente não é adequado aqui — e, infelizmente, este é um dos problemas menores na tradução de 1998.
A magnífica arte original de CF, no jogo atribuída ao fictício “Tom Olam”, é obra de William C. Eaken. Pessoalmente, eu acho que o encanto causado por CF resulta tanto do design de Mike Pondsmith quanto da arte de Eaken. Aliás, Pondsmith foi responsável pelo design mecânico e pelo design gráfico, mesclando de forma genial a arte com o texto.
Na década de 1990, eu e muitos amigos pensamos muito em fazer um live-action… mas não conseguimos arrumar um lugar adequado em Brasília para isso. Fico muito feliz em saber que conseguiram fazer isso no Rio de Janeiro.
Muito obrigado por este ‘cast. Abraço, amigos!
ML
LCD, você devia escrever coisas legais pra gente publicar aqui, como esse seu comentário! E quando estiver aqui, vamos gravar algo!
Marcelo Ortolani
Preciso muito mestrar isso! Já joguei duas vezes. Queria ter acesso a todos os tutoriais para fazer o diário, podem passar?
Volnei Freitas
Galera, parabéns! – mais um podcast fantástico.
Diga-se de passagem, acabei de incrementar o financiamento coletivo dos livros – com certeza jogarei/mestrarei e já tenho o interesse declarado de outras pessoas com quem comentei, incluindo minha esposa.
A propósito, achei muito legal a ideia de trazer uma sequência de sistemas (já ouvi o podcast do Tormenta também), e o resultado tornou-se muito produtivo e estimulante com a participação de pessoas que estão jogando. Show de bola.
donaameixa@gmail.com
O que escutei me inspira a mesclar de maneira cativante várias obras literárias, como O Conde de Monte Cristo, Os Três Mosqueteiros, Vinte Mil Léguas Submarinas, Orgulho e Preconceito, Mulherzinhas, As Brumas de Avalon e Frankenstein, além de todas as criações do narrador em conjunto com seus jogadores. Essa combinação me encantou profundamente, e o fato de ter chegado até aqui por meio da recomendação de Rafael Souza enriqueceu ainda mais a minha experiência, tornando-a muito gratificante.
O diário apresentado também parece ser uma peça incrível! A produção transmite um lirismo metálico com inúmeras nuances de fantasia e até mesmo melodrama, o que torna a experiência de jogar Castelo Falkenstein verdadeiramente sensacional. As possibilidades que esse universo proporciona são infinitas e, ao ouvi-los, despertaram em mim mil ideias. A ideia de mesclar as obras de Emily Jane Brontë e Bram Stoker, adicionando pitadas de Júlio Verne, ou até mesmo buscar inspiração em Jane Austen, me empolgou bastante. Além disso, desbravar os romances nacionais, como “Iracema”, “O Cortiço”, “Senhora”, “Lucíola” e “Dom Casmurro”, abre tantos caminhos que realmente me apaixonei ao escutar vocês. Tantas opções de enredos e possibilidades me deixaram encantada com a riqueza desse universo narrativo.
Parabenizo calorosamente todos os envolvidos nesse excelente podcast! É notável o esforço e dedicação empregados, proporcionando aos jogadores e ouvintes uma experiência única e envolvente. O trabalho realizado é digno de aplausos, e estou ansiosa para embarcar nessa aventura literária.