RPG será nossa Herança
Olá companheiros do RPG! Após um longo período sem minhas escritas e devaneios, premio cada um de vocês com mais algumas bobeiras! Mas atenção! Bobeiras que a meu ver nos levam a uma discussão.
Há mais ou menos um mês, numa conversava com meu amigo historiador, Luciano Tardok, me veio um grande insight! Todos nós jogadores e narradores somos herdeiros de uma grande e antiga tradição. Algo que permeia a humanidade desde a sua origem! Pois, pense comigo, antes mesmo do homem produzir instrumentos de caça mais sofisticados, já desenhávamos nas cavernas e contávamos tudo isso ao nosso bando!
Sim! Eu realmente acredito que sítios arqueológicos como o do Caju, aqui na minha região, ou o de Lagoa Santa, mais afastado, nos remetem a algo que sempre fizemos e que sempre foi cerne na nossa cultura! A rememoração e narração de histórias! Meu companheiro de jogo! Tenha orgulho! Pois fazemos parte de algo que está presente há um longo tempo na humanidade, e contribuiu para seu desenvolvimento cultural.
Sentar em volta com os amigos, criar e partilhar narrações, nos coloca em ligação direta com nossos antepassados, nos dá um poderoso instrumento de reflexão do que já aconteceu e senso crítico do futuro. Pois tenho que afirmar que ninguém sai da mesma forma de uma partida! Todos deixamos nos transformar um pouco, ao lutar para livrar uma vila de um vampiro ditador, ou sofrer com as mazelas de um pobre mortal descobrindo a existência dos Mythos.
Durante muito tempo, gostava do RPG pela capacidade que tinha de unir pessoas e torná-las mais companheiras. Hoje, continuo admirando nosso “joguinho” por esse aspecto, mas entendo que acima de tudo sou um viciado em histórias! Histórias comunitárias que se mesclam com o passado e presente de cada um em uma mesa e nos transforma, incomoda, torce e alegra. Sou viciado nas tradições orais, ainda hoje remanescentes, de nossos pais africanos e nativos em sua beleza de contar e pedir a participação de todos da tribo para fechar a mesma história.
Não venho aqui escrever um texto sobre o poder “transformador”, didático ou histórico do Role Play. Venho mostrar a todos que ainda me param e perguntam o porquê de noites de leitura, de planejamento, de tempo “perdido com essa bobeira”, que ele (o RPG) me liga com algo muito poderoso e superior, me salva todo final de semana da aridez de uma vida contemporânea, me leva a questionar e refletir minha maneira de pensar e agir nesse mundo. E o mais poderoso de tudo! Me liga espiritualmente e culturalmente com meus antepassados, me dando uma sensação de pertença e segmento humanitário.
Mas vamos parar de poesia! Rola o dado aí para ver se consegue abrir a porta dessa masmorra com esse Halfling ladrãozinho! Ou me deixa engatilhar meu movimento de “sair na porrada” para ver se derroto esse monstro da semana!
Por Tiago Rolim
minduim da Green Peanuts Tavern
Tiago Rolim
Agradeço ao carinho e o espaço…
Tamo junto brothers do D30…
Luciano Bastos
É verdade! Nosso amado RPG tem esse poder! Assim como outros jogos e atividades que herdaram a capacidade de nos conetar uns com outros e ouvir as vozes de nossos antepassados! O RPG é herdeiro sim de tradições orais ancestrais.