Jogar pra quê?
Tempos atrás ouvi alguém dizendo que jogar é perda de tempo, não dá dinheiro e não nos ensina absolutamente nada. O comentário veio de uma pessoa que nunca teve senso de humor, ao menos não um convencional ou até humor negro. Parei, olhei para as miniaturas de D&D espalhadas na mesa, horas antes de uma partida com amigos e sorri.
Jogo, aliás, jogamos porque precisamos de diversão, porque gostamos de contar e viver histórias, porque gostamos de compartilhar com amigos e família coisas que nos fazem felizes.
“As pessoas não deixam de jogar quando envelhecem. Elas envelhecem porque deixam de jogar.”
Vi essa frase de Oliver Wendell Holmes no blog da Confraría Lúdica Internacional uma vez e sempre lembro dela quando alguém diz que adultos acima dos 25 não deveriam divertir-se matando monstros em labirintos imaginários ou fugindo de zumbis e pilotando naves espaciais.
Penso nessa frase e nos momentos bacanas com amigos em jogatinas regadas a boas risadas e refrigerante onde homens e mulheres deixam de lado as preocupações do dia a dia adulto e voltam a usar sua imaginação, rolar dados, avançar pecinhas em tabuleiros coloridos e fazer caretas.
Se você não joga nada, nem um truco, canastra ou sinuca, deveria experimentar. Divirta-se, ria, brinque. A infância passa rapidamente e a vida adulta também.
Eugênio “Gene” Cavalcante joga…e como joga
Rodolfo Oliveira
Acho que outro excelente motivo para se jogar RPG é viver a experiência do storytelling. Hoje, em um mundo completamente dominado pela tecnocracia (tradução = em que as pessoas são praticamente escravizadas pela sua dependência tecnológica), um jogo de interpretação e de contar histórias é extremamente valioso para relembrarmos costumes dos nossos antepassados de passar para frente seus conhecimentos em volta de uma fogueira. Além de desenvolver nossa imaginação e nosso senso de trabalho em grupo, qualidades cada vez mais procuradas no mercado de trabalho (e cada vez mais rara).
Além dessa óbvia vantagem de quem se deixa levar por jogos, sejam jogos de tabuleiro ou RPGs ou até jogos em video-games e PCs, já foi comprovado que a influência desse tipo de hobby em uma pessoa não é nada além do normal e que as pessoas que se comportam de maneira imatura ou até agressiva (o que eu acho uma acusação completamente infundada) e jogam esses jogos não são nem um pouco diferente de qualquer outra pessoa que age dessa maneira. Além de já ser comprovado que os RPGs são comprovadamente uma ótima maneira de ensinar e tornar os conteúdos curriculares das escolas mais interessantes para os jovens.
Enfim, são inúmeras as vantagens e quase nenhuma as desvantagens! Vamos jogar!
Claudio Delamare
Não vou nem discutir a questão do gastar dinheiro e tempo (por causa da subjetividade dessa percepção), mas alguém que diz que não se aprende nada jogando deve ter experiências de vida muito, muito rasas. Aconselho a esta pessoa dar uma lida em textos de Johan Huizinga ou Tracy Fullerton antes de fazer esse tipo de afirmação…