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Resenha do QuickStart de Terra Devastada

Resenha15/08/2011Mallien
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Esse post foi escrito por nosso amigo e membro da equipe Staff do grupo D30 Victor Alcantara, que mestrou uma mesa com o quickstart de Terra Devastada no último encontro D30  Tema: RPG Indie.

Confesso que quando soube que o tema do último encontro iria ser RPG’s Indie fiquei um pouco desconfiado. Explico, eu comecei a jogar RPG há uns 12 anos, com o todo poderoso GURPS, isso me deixou mal acostumado. Toda vez que vejo um RPG novo eu logo procuro ver se ele tem regras bem encaixadas e funcionais. Afinal de contas, GURPS é um RPG organizado (até demais).

Voltando ao assunto, quando meu amigo Rafael Thomaz (D30 e VortexRPG) me pediu para mestrar o Terra Devastada eu não fiquei tão animado, mas depois do 4º Encontro D30 eu tenho a alegria de dizer eu estava enganado, absurdamente enganado.

Um sistema “Morto-Vivíssimo”
Confessando novamente, é a primeira vez que escrevo uma resenha sobre algum sistema que já joguei. Então me perdoem se o que eu escrever aqui for mais impressões de um mestre que uma análise profissional. Primeira coisa que recomendo é baixar o Quick Start das regras no site para não ficar perdido. É de graça e você não vai se arrepender.

A primeira coisa que se nota é a simplicidade do sistema. O PDF só tem 12 páginas, mas só isso foi mais que o suficiente para que eu montasse e orquestrasse uma ótima aventura.

O segundo detalhe digno de nota é a excelente arte do jogo, que faz com que entremos no clima da antes mesmo de ler o aterrorizante conto de introdução. Aliás, deixe-me esclarecer:

Terra Devastada é sistema de regras e também um cenário de RPG onde o tema é o apocalipse de zumbis.

As primeiras páginas já descrevem o cenário, com poucos detalhes sim, mas é o suficiente para você entender que a Terra foi assolada por um vírus zumbi e que agora os mortos comem a carne dos vivos. O manual traz os fatos resumidos e em ordem linear, dando a opção de colocar os jogadores no “Dia Z”, ou mesmo anos depois, tentando sobreviver em meio a um mundo caótico.

O próximo passo é aprender as regras do sistema que é o “coração de ouro” da obra. Em TD só se usa D6 e o sistema traz um layout totalmente novo que tentarei explicar apenas como: absolutamente personalizável. Você escolhe um nome, um conceito e um mote (frase de efeito), até aí nada de anormal. Mas quando você vai procurar os atributos é que percebe que, para uma ficha de RPG, a ficha do TD não é nada convencional. Nela você tem que listar 12 características inerentes do seu personagem em frases curtas e descrever um breve histórico do seu personagem. Pode-se colocar qualquer coisa desde que mantenha o bom senso.

A proposta do sistema é fazer do background do seu personagem os atributos que ele precisa para ganhar os dados para o teste. Assim, se você tem na sua ficha, “sou um exímio atirador” vai receber 1d6 toda vez que precisar usar uma arma de fogo. Da mesma fora se tiver uma característica como “é estúpido como um cavalo” perderá 1d6 quando acontecer um teste onde o objetivo seja convencer de forma educada, um grupo de sobreviventes fortemente armados de que os personagens não são ladrões.

Passando as características temos as condições, que são características temporárias como “esfomeado”, “Cansado”, “Assustado”, “Confiante”, “Animado”. Elas também fornecem ou retiram dados para as jogadas de teste e vão aparecendo e desaparecendo durante a aventura, sendo mais função do mestre controlá-las.

Fechando a ficha temos os sistemas de Trunfos (conquistas incríveis dos seus personagens que podem fornecer bônus de dados nas jogadas), Horror (tão perigoso quanto os zumbis podendo minar a sanidade do personagem a cada vez que ele é colocado contra cenas hediondas podendo até lhe trazer problemas mentais) e Convicção (que representa sua força de vontade diante do mundo apocalíptico, lhe fornecendo bônus nas jogadas aumentando suas chances).

O sistema de testes também é bem simples e engloba apenas dois conceitos: quando a ação tem como alvo uma META, onde você deve alcançar um número “x” de sucessos para realizar um feito desejado – bem familiar para quem já jogou qualquer sistema da Whitewolf (Vampiro, Mago e afins). Ou quando a ação tem como alvo OUTRO personagem ou NPC, onde o personagem descreve o que vai fazer e o que vai acontecer se ele tiver sucesso, cedendo o direito ao alvo de fazer um teste de reação descrevendo também o que fará. Neste caso o maior número de sucessos resolve quem teve êxito.

Deu para notar que é por esse método que os combates se resolvem, e se resolvem de forma bem rápida. Como não se tem o conceito de pontos de vida, cada rodada do combate pode ser a última!

Enfim, Terra Devastada é um RPG que valoriza o Roleplay acima de tudo, como acontece com boa parte dos RPG’s Indies dessa geração. Resgatando e exaltando esse importante valor do hobby, ele não faz feio frente seus primos americanos como The Shotgun Diaries e All Flesh Must be Eaten, inclusive eu achei que ele é bem melhor e até mais simples.

Para terminar repito algo que disse em um fórum qualquer quando presenciei Tiago “Coisinha Verde” Jungles sendo injustamente atacado por um troll, que chamou seu sistema de lixo na ocasião: Caras que tomam a iniciativa e criam sistemas nacionais, apenas por amor ao hobby, deveriam ganhar um prêmio. O mesmo posso dizer de John Bogéa e todos os desenvolvedores do sistema TD, que não só fizeram isso como fizeram com qualidade. Agradeço a eles pelo sucesso da minha mesa no evento, todos os jogadores adoraram. Agora só estou esperando a versão impressa sair para ter esse incrível jogo na minha prateleira

Vejá abaixo algumas fotos da mesa que rolou no último encontro D30

 

Abaixo o link para você baixar o “Quick Start” e conhecer mais RPG’s Indie nacionais e de qualidade.

http://salacentoeum.blogspot.com/

Alguns filmes, livros, games que podem servir de inspiração para suas aventuras zumbilescas…

Games:

  • Left 4 Dead
  • Resident Evil
  • Dead Rising
  • Dead Island

Filmes

  • Zumbilândia
  • Madrugada dos Mortos
  • REC (1 e 2)
  • Extermínio
  • Dead Snow
  • Fome Animal
  • Terra dos Mortos
  • Todo Mundo Quase Morto

Seriado:

  • The Walking Dead

Quadrinhos

  • The Walking Dead (obrigatório)

Literatura

  • Guerra mundial Z e O Guia de Sobrevivência a Zumbis (Max Brooks)
  • Celular (Stephen King)
  • Orgulho, Preconceito e Zumbis (Seth Graham-Smith e Jane Austen)
  • The Laughing Corpse (Laurell K. Hamilton)
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Ricardo Souza

RPGista e Gamer por paixão, profissional de TI por profissão, nerd/geek por vocação e pai babão da pequena padawan e roleplayer in training Costela Maluka.

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