Diário dos 100 dias de RPG
Acho que é normal sempre começar o ano com projetos novos, e para mim, esse janeiro não foi diferente! Em uma troca de ideias com amigos do D30 e dos Minduins (GPT), sai com a proposta de 100 dias dedicados ao RPG. A conversa surgiu como um “projeto de jogar todos os dias por 100 dias”, puxada pelo Lucas Rolim, mas num grupo de velhos jogadores a dimensão das coisas é outra.
O que espero com isso? A palavra é “saturar”, que entre seus significados quer dizer fartar-se, encher plenamente com a maior quantidade possível. E por meio de um movimento constante, ininterrupto e diário espero ter o tipo de insight que só tem pela repetição cotidiana de se trabalhar em algo e, claro, me divertir no processo.
Então decidi contabilizar diariamente minhas atividades no RPG, meio inspirado no formato do Role a Iniciativa que o ML escrevia, para extrair algo dessa “saturação”. Tipo escrever artigos semanais sobre essa experiência e como tem sido, o que se tem jogado, conclusões ou análises… enfim, 100 dias de RPG é muita coisa, seja lendo, jogando ou trabalhando conteúdos.
Sem mais conversa à toa, eis aqui o relato da minha primeira semana:
Primeira semana (13 à 20 de janeiro)
13/01
Fighting Fantasy – A Lenda de Zagor
Eu adoro o conceito e as histórias dos livros-jogo Fighting Fantasy (Aventuras Fantásticas pra velha guarda no Brasil). E apesar de ter começado o ano jogando o Guerreiro das Estradas, quando comecei esse projeto eu já tinha terminado o livro e começado esse aqui que é o terceiro da trilogia de Zagor. Escrito por Carl Sargent (sob o pseudônimo de Keith Martin) baseado nos rascunhos e ideias de sir Ian Livingstone, essa história segue a linha do boardgame lançado pouco antes. Desde o começo, essa jornada é épica em um mundo diferente de Titan, indo para Amarilla. Por enquanto estive na jornada para chegar até o Castelo Argênteo para tentar deter a forma demoníaca de Zagor.

Vaesen
Desde que recebi os livros do FC da Retropunk, eu ainda não tinha sequer aberto o material de Vaesen, mas me surpreendi com tudo! Que jogo maneiro! Comecei a ler o livro básico, que é um jogo de terror e mistério nas geladas terras nórdicas com suas lendas e folclores. Aqui a ideia é um grupo de investigadores marcados por um momento trágico na vida, se unem para retomar uma antiga ordem que caçava esses seres fantásticos. Mas para quem está acostumado com jogos como Caçadores Caçados (ou o novo Hunters), o lance aqui é outro. Tanto pela falta de eficácia das armas quanto por não ter um viés maniqueísta, sendo que as criaturas não são malignas por si só, mas quando agem perversamente há motivações humanas. Vou continuar a leitura nos próximos dias.
14/01
Old Dragon 2
Noite de jogar esse que tem sido o meu RPG de bolso há dois anos. Formei um grupo ano passado para testar o sistema com algumas aventuras antigas de D&D, e chegamos na partida de número 12. Era pra ser um jogo semanal, mas quando falamos em partidas presenciais a coisa nem sempre sai como planejamos hahaha
Aqui estamos rodando a aventura Border Watch, no cenário de Greyhawk, numa história que acompanha alguns acontecimentos pós-guerra em uma região na divisa de reinos inimigos (Furyondy e o Império de Iuz). Tem sido uma ótima experiência com esse grupo.

15/01
Fighting Fantasy – A Lenda de Zagor
Continuei minha missão por dentro do Castelo Argênteo em busca de artefatos e magias que possam me ajudar a derrotar o demônio Zagor. Mas o castelo é um verdadeiro labirinto e começaram a surgir diversos combates perigosos. Alguns deles são importantes para conseguir esses artefatos, mas logo percebi que há muitas pragas que podem afetar meu personagem, o mago Sallazar.
16/01
Cova Rasa
Joguei uma excelente partida de Cova Rasa, um RPG minimalista com um toque de terror pulp, sem níveis ou atributos que foi mestrada pelo meu brother Pedro. Foi uma aventura muito divertida pelo contexto de sermos quase um grupo de bandoleiros em busca da remissão de nossos infortúnios pessoais (algumas vezes quase um trauma), o que nos fez seguir uma proposta de investigar um local afastado das imediações civilizadas. O joguei como Moshe, uma pistoleira que não era muito amiga de magia e seus praticantes. E no final das contas, só queria saber de ouro da forma mais simples e sem entrar em combates diretos.

17/01
Fighting Fantasy – A Lenda de Zagor
Voltei à minha aventura para impedir o ressurgimento de Zagor com os poderes absorvidos de um demônio de outro plano. Por dentro do castelo encontrei um grupo de jovens ladrões vivendo em meio à imundície e perigo mas, como fui cauteloso, consegui convencer um deles a me seguir ajudando como guia e até mesmo em alguns combates. Não lembro de outro livro-jogo que tivesse ajudantes dessa forma (com exceção do Exércitos da Morte, quando você controla exércitos humanos, elfos e anões).
18/01
Podcast D30RPG
Um sábado de maior preguiça enquanto eu precisava trabalhar, então aproveitei que já estava no computador e finalizei a edição do #111 Podcast D30 com influenciadores de RPG de Brasília. Eu demorei demais com a finalização desse podcast que a gente gravou nos últimos dias de 2024, mas o resultado ficou muito bom. Conseguimos fazer um apanhado bem completo sobre os desafios e alegrias de criar conteúdo para RPG, com muitas histórias interessantes.

19/01
Fighting Fantasy – A Lenda de Zagor
Continuo me embrenhando pelos recônditos do Castelo Argênteo em uma aventura totalmente no estilo dungeon crawl, com muitos lugares estranhos para perscrutar, averiguar, armadilhas, pistas e informações que precisam ser guardadas para ajudar nos próximos caminhos. Esse é um livro para quem gosta do estilo e está procurando um desafio mais difícil em relação aos livros-jogo (especialmente se você estiver com Sallazar, pois jogando com os personagens combatentes, é mais fácil de se manter vivo.
20/01
Dungeons & Dragons – Vecna: Eve of Ruin
Enfim, retomamos a campanha Vecna Eve of Ruin, que eu mestro em D&D 5ed! Foram quase dois meses entre jogos remarcados e partidas diferentes até que a gente pudesse voltar. Já foram 17 partidas desde junho do ano passado quando começamos pela aventura “Nest of the Eldritch Eye” com personagens de 3º nível. E como a aventura tem um espaço grande entre uma e outra história, resolvi ajustar a campanha para seguir pela Vecna Lives – um mega clássico dos anos 1990. Após inúmeros acontecimentos, rumores e perigos, o grupo que está investigando o ressurgimento de cultistas de Vecna se reúne com membros da Ordem Celestial da Lua para saber o que está havendo pela imensa Floresta Gnarley.

O que ouvi de interessante: Um dos podcasts mais legais sobre RPG que eu ouço atualmente é o Brainstorm cast, do Samuca Hernandez. E foi no episódio #166 que ouvi uma ótima reflexão sobre sobre “Tempo, Peso e Movimento” e como essas mecânicas afetam a exploração, os combates e as escolhas estratégicas no jogo.
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