Você também deveria ir à GenCon
Vocês devem ter visto pipocar nos últimos dias relatos de brasileiros na GenCon. A uma certa hora, eu estava conversando com o Tom Vasel e ele me disse, “você deve ser o 50o brasileiro que eu encontro aqui esses dias!”. A maior feira de RPG e jogos de tabuleiro dos EUA teve 56 mil visitantes, então 50 e até 100 brasileiros não fazem tanta diferença, mas a mensagem é essa: a GenCon é pra você!
Claro que é caro ir para os Estados Unidos, você tem de planejar isso bem, mas realmente são os “Quatro melhores dias jogando”. Em janeiro volto com mais informações sobre como você faz para realmente ir. Ano que vem deve ser entre os dias 30 de julho e 2 de agosto.
Agora, como foi a GenCon 2014? Rapaz, depende do que você for fazer lá. Nós estávamos num grupo de 7 pessoas. Eu e a Menina Gato estávamos lá para ver o lançamento do D&D e testar os jogos que estivessem sendo lançados… eu também adoro o leilão de coisas antigas; Jorge jogou todos os dias da D&D Adventure League; Diogo foi nosso homem dos jogos indies e do Games on Demand; e Chopps nos explicou tudo sobre as cervejas da convenção, porque sim! Nerds também bebem!
Tem áreas inteiras da GenCon por onde não andamos, tipo Magic, jogos de miniaturas, pinturas de miniaturas, seminários, talk shows, e 160 mesas de Pathfinder.
Não é um lugar para comprar muitas coisas. Apesar de lançarem muitos jogos, alguns são super limitados, por exemplo King of New York, a nova versão de King of Tokyo, tinha apenas 50 cópias por dia, e uma fila às 7h da manhã. Eu até comprei o beta do Force and Destiny, o livro teste da Força para o novo RPG de Star Wars, e só tive de ficar na fila uns 30 minutos. Mas foi para o mestre do nosso grupo de Star Wars, e tudo se faz a pedido do mestre, certo?
Mas não é um lugar pra comprar jogos, a maioria está cara e acaba logo. Apesar de o Fábio e a Salimar terem comprado algo tipo 80 jogos, sem exagero, nas promoções de lá. Eles têm um bar de jogos, o Carcassonne, então também fizeram muitos contatos para comprar coisas especiais (aguardem lançamentos lá). Por sorte a gente estava com um carro, que eles lotavam todos os dias! 🙂
Bem, eu joguei D&D, e foi bem maneiro. Testamos o DungeonScape, o novo aplicativo de fazer personagens deles. E tietamos menos. Foi nossa terceira GenCon, eu e a Menina Gato conversamos com cada autor da outra vez, e foi bem legal levar o Chopps para conhecer o Larry Elmore, e ver a felicidade do Jorge falando com o Tracy Hickman e a Margareth Weiss. Isso é muito legal, todo mundo está disponível…
Dessa vez a gente viu bastante jogos, e se eu tiver de dar um conselho, é esse: vá lá para jogar. Olha o que você quer comprar e separa um tempinho para ser bem certeiro, porque o melhor é jogar. Sabe, na nossa mesa o mestre era holandês, e os caras eram muito divertidos. Menina-Gato pode falar sobre True Dungeon, ela gosta muito. E não tivemos tempo de ir ao live de zumbis, que é genial.
E tudo o que você quiser você pode achar. O Diogo jogou uma Soap Opera de criaturas sobrenaturais usando o sistema de Hill Folk. Dark Shadows RPG narrativista, sabe? E aliás, como das outras vez, Robin Laws e Kenneth Hite estavam lá super prestativos. Até falei com o Laws desse jogo e ele me disse que estava curioso. Afinal, Hill Folk é um jogo da idade da pedra, mas o sistema poderia ser para qualquer coisa.
A gente testou o X-Com da Fantasy Flight, um jogo interessante porque eu adoro o video game, mas estou cansado de cooperativos. O app não muda nada, só fica menos complicado saber quando terminam as coisas. Tem muita coisa pra fazer no jogo, pelo menos isso é bom.
Mas se não é um lugar para comprar coisas caras, as pequenas coisas nerds, camisetas, botons, memorabília de Star Trek, Dr Who, D&D… dados, muitos dados, terrenos, artes, musica… aliás, a Menina Gato comprou um CD de ópera Klingon. Muita coisa grátis também, que trouxemos para sortear no próximo D30!
Também é um lugar para conversar com seus autores, principalmente de RPG, favoritos. Os caras que fizeram as novas aventuras de D&D e Trail of Cthulhu estavam lá mestrando e jogando no Games on Demand. Escritores, editores, as pessoas que fizeram os jogos estão lá pra te ensinar as regras… isso é fantástico!
Encontrei o Ed Greenwood, conversei rapidinho de novo com o Michael Stackpole, e apertei a mão do Jim Butcher, era muito fã e não dava pra falar com ele, foi só um “eu gosto do seu trabalho”. Mas a lista completa tinha uns 20 escritores, 20 artistas… trocentos autores de RPG.
Esse ano teve uns Food Trucks, uma nova moda das antigas carrocinhas de sanduíche que já começou aqui em Brasília também… a comida melhora daí, porque comida é a coisa mais difícil nos EUA. Se bem que a primeira coisa que providencio chegando lá é comer no Arbis, que a-do-ro.
O resumo da ópera é que Indianapolis é a capital mundial dos seus jogos favoritos. E você devia incluir esse roteiro assim que tiver oportunidade! Como você tem de planejar com pelo menos seis meses, dá pra pagar mais barato na passagem, hospedagem, e conhecer tudo o que tem lá pra fazer nos 4 dias! Mais notícias sobre isso no fim do ano, prometo!
Alguns links legais, porque não dava pra fotografar tudo:
io9: The Coolest Games, Art and Cosplay We Saw at Gen Con 2014
IndyStar: The most interesting people at Gen Con 2014
Bruce R. Cordell: Best Game in Years
Monte Cook: como foi a GenCon 2014
Podcast do Rolando 20 sobre a GenCon
Rafael Chopps
Agora o Jorge tem escrever um post contando como foi a experiência de jogar todo o D&D Adventure League!
Daniel Anand
Excelente! Na próxima temos que combinar o encontro brasileiro oficial na GenCon! Meu reporte está lá no meu blog também.
ML
Já ouvi o podcast! acho que a gente devia criar uma “embaixada do Brasil” entre as tendas, tipo o que o pessoal dos podcasts deles faz. 🙂
sembiano
Realmente está foi a Gen Con dos brasileiros, nós do RPGArautos estávamos em um grupo de 8, encontramos outros dois conhecidos que foram para jogar Miniaturas e Cartas, ficamos sabendo do pessoal de vocês por lá e ainda almoçamos com o Cláudio Pozas por lá, ou seja, a Gen Con hoje deixou de ser aquele lugar dos sonhos onde não temos acesso. Proporcionalmente não é uma viagem tão cara e que vale muito a pena, pretendo voltar ano que vem.
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